reconectando as origens

CONEXÕES COM A GENEALOGIA ZAMARIAN

Se fosse necessário algo tão preciso como o próprio DNA para definirmos nossa origem, certamente o sobrenome seria o mais indicado. E no passado, sem a tecnologia que hoje nos acompanha, o sobrenome era o que de mais autêntico definia a própria pessoa, pois nele continha particularidades pessoais determinando geograficamente a própria origem e definindo sua história.

No entanto, apenas um se destaca ao longo de toda essa trilha percorrida, afinal faltaria espaço na folha para compor tudo o que realmente somos. Isto posto, não podemos esquecer que este mesmo sobrenome, na maioria das vezes somente o paterno, é apenas um terço daquilo que nos representa em toda essência. Com um simples cálculo onde obviamente tudo se inicia através do pais e da mãe, essa conta já se eleva para o dobro quando envolvemos os avós, e então poderemos denotar a quantidade infinita que se gera apenas um simples componente de nossa história.

Contudo, o intuito deste espaço não é a ousadia de se aprofundar nessa matemática, mas pelo menos evidenciar um pouco daquilo que na maioria das vezes fica oculto, tanto do lado paterno, quanto daquele materno e obviamente, para aqueles que se interessarem, a oportunidade de progredir em suas pesquisas, tendo um azimute para perseguir caso venha a inspiração. E também, claro, como o próprio nome já sugere, apresentar as conexões entre o sobrenome base objeto deste próprio portal durante sua formação.

Na maioria dos casos teremos uma síntese dos respectivos significados, suas particularidades e origem. Aqui também apresentaremos uma síntese daquilo que progressivamente temos estudado sobre a matéria.

Da mesma forma também não é objetivo da área se aprofundar nesta matéria, mas dar subsídios para quem estiver interessado em fazê-lo de maneira mais ampla, servindo como uma introdução ao estudo. Deste modo, os sobrenomes terão uma síntese bastante simplificada, evidenciando a região onde é mais denotado, seus aspectos peculiares derivativos, a raiz em que se envolve seu surgimento, sua conexão e cronologia com a história Zamarian. Nem todos eles possui disponibilidade bibliográfica, talvez em função da forma como foram apresentados ou interpretados graficamente, ou ainda, em função das transformações que sofreram. E também há de se considerar que nos baseamos nos fatos apresentados, estes que podem ou não ter uma síntese verdadeiramente plausível.

Será denotado, para melhor compreender sua origem e facilitar nossos trabalhos, que muitas variações dos sobrenomes foram concentrados para uma raiz única. Por exemplo Cecutti, que é apresentado em várias derivações tais como Cecuttin, Sicuto, Cicuttin, etc, e outros que sofreram a italianização já mencionada. Portanto não levem em consideração a forma transcrita do mesmo, pois com o aprofundamento desta matéria será possível compreender melhor, como algumas das sínteses explicativas a seguir, dentro da Itália, que poderão dar uma breve elucidação. Tentaremos fazer prevalecer o mais próximo do autêntico possível, estabelecendo aquele que melhor representa graficamente toda sua linhagem de acordo com a cultura onde se estabeleceu e desenvolveu com maior frequência, no nosso caso principalmente levando em consideração os aspectos ligados ao Veneto e Friuli.

Friuli Venezia Giulia

No repertório da região irmã do Veneto, separadas pelo majestoso rio Tagliamento, epicentros importantíssimos da gênese Zamarian, muitos sobrenomes advém de nomes pessoais próprios na sua forma dialética mais proliferada: Zulian (de Giuliani, João), Venturin, Martin, Zanin (Joãzinho), Santin, entre outros.

A respeito da sua tipologia a variedade apresentada tem um certo equilíbrio, mas muitos desdobramentos de uma mesma origem como Rosso e Rossi, Moro, Basso e Bassi, Rizzi, Corazza, Degrassi, Bevilacqua, etc., em relação inferior àqueles ligados às profissões (Fabbri/Fabris e Del Fabbro, Degano Calligaris).

No entanto muitos mantiveram suas formas originais com a forma linguistica e cultural regional tais como Fantin, Salvador, Moras, Tomat, Marson, Zanier, Zambor, Piccinin, Turchet, Pitton, Del Ben, Bon, entre outros. A presença da cultura eslava e germânica é muito maior por evidentemente fazer fronteira com países oriundos e claro, muitos deles procedentes destas origens foram friulanizados ou italianizados. Por exemplo “Blasutig”, do nome friulano “Blasùt” (diminutivo de “Blâs”, isto é Biagio) com a terminação eslava patronímica “ig”.

Veneto

A composição e variedes dessa região é ainda mais ampla por estar muito próximo das fronteiras com populações germânicas e eslavas muito antigas já miscigenadas na cultura da população. É possível enteder um pouco melhor acessando essa matéria em nosso portal. Vale lembrar que muitos deles sofreram durante os séculos readaptação em sua estrutura equivalendo aos mais comuns evidenciados que geralmente apresentam vogais definitivas. Entretanto alguns continuaram destacados pela força da cultura firula-veneziana, bizantina e eslava, apresentando vogais seguidas da consoante “n” no final.

O repertório também em parte é compartilhado com outras regiões da península, mesmo se, como já dito, alguns são caracterizados pelas formas típicas, como Favaretto, Rampazzo, Vianello, Baldan.

Os sobrenomes venetos estão entre aqueles que sofreram uma sentença menor no processo de italianização, já citado acima que trazem na sua estrutura basicamente as mesmas já apresentadas evidenciando alguma ligação ao tipo de trabalho que exercia, ou local de proveniência, como Marangon (carpinteiro), Ballarin (bailarino), Zanon (João), assim como Zanella, Zanetti, Zampieri, Zambon, Zanin, Zanatta, além de Marin, Perin, Lorenzon, Martin, Berton e os étnicos Trevisan, Visentin, Pavan, Furlan, Bressan, Trentin.

Algumas teorias sugerem que Zamarian, ao invés daquela mais fortemente indicada, de que teria vindo da Armênia (evidentemente por causa da estrutura final “Ian”), seria uma junção dos nomes João (Za) com Maria. O “n” final a característica básica definidora da ligação com o Veneto, como nos demais casos.

O trabalho do “fabbro ferraio” (ferreiro) é representado por sobrenomes destacados como Ferrari, Favaro e Fabris. Nessa linha podemos citar numerosos outros como Sartori (artesão), Carraro (fabricante ou condutor de carros), Masiero (colono, trabalhador rural), Zago (orador, aquele que discursa, mas por vezes com conotação irônica como ignorante, matraca, tagarela), Pegoraro (que vem do latim pécora, ou ovelha, criador ou condutor de ovelhas, pastor), Tessari (relacionado a fabricação ou comércio têxtil), entre outros, Chiarparin (com uma derivação tipicamente veneta de “scarpa”, ou sapato, que pode estar ligado ao comercio ou manutenção do mesmo, sapateiro).

Das características físicas por exemplo, Rossi (vermelhos) é o sobrenome mais divulgado no Veneto. Não por acaso, porque trata-se de uma região mais fria e em maior contato com culturas de peles mais claras, como os próprios germânicos e eslavos. Baggio é outro exemplo que significa um tom avermelhado da pelagem de cavalo. Nessa mesma linha, Moro, Moron, Moretti, Moratti (de pele mais morena) e Negri, Neri, Negruzzo, etc (para pele ou características do corpo mais escuras).

Finalmente as derivadas de nomes próprios como Viviano, Frigo (contradição de Federico), Bernardi, Martini, Stefani, entre outros.

Outra particularidade do Veneto, como também ocorre no Friuli, a preposição “dal” é mais utilizada que o “del” tendo obviamente o mesmo significado: Dal Cin, Dal Corso, Dal Lago Dal Pra, Dal Maso, Dal Molin, Dal Santo, etc. O sufixo “ato” como Bonato, Volpato, Cecchinato, Borgato, Bozzato, Chinelatto, Marcato, Ferronato, Levorato, Reginato, entre tantos outros. Lembrando também que muitos destes podem ter sofrido italianização, como Simonato, que é tipicamente eslavo e ganhou um “t” no lugar da letra usual “č”, com a mesma sonorização, e a vogal final para adequação a cultura italiana. Esses sufixos funcionam justamente como a preposição “de” ou “dal, del”, inicialmente apresentada, indicando a origem do termo anterior: Simonač, ou seja, de Simon, ou filho de Simon, advindo de Simon. Para entender melhor seria preciso mergulhar no alfabeto das línguas eslavas.

E da mesma forma podemos enquadrar aqueles de origem germânicas, os identificados como “cimbros”. Os Cimbros eram uma tribo germânica que, segundo Tácito e Ptolomeu, era originária da Jutlândia, na atual Dinamarca. Por volta de 110 a.C., juntamente com elementos celtas, e confederados com os Teutões, atacaram e pilharam a Gália e norte da Itália, entrando em conflito com a República Romana. Eles são facilmente identificados, mesmo se sofreram italianização, como na maioria dos casos já explicados anteriormente com acréscimo da vogal final. Geralmente possuem em sua estrutura “elli”,“ele”,“ene”, “erle”, “era”: Nìchele, Locatelli, Mòsele, Gècchele, Righele, Stèrchele, etc. Sobrenomes que utilizam as iniciais “st”, “sc” e variações, tais como Schiochetti (recebeu a italianização “ti”), Strappasson (foi regionalmente variado com a adição veneta “son”), Stocco (foi italianizado com a adição final “co”), bem como outros genéricos, fazem parte dessa síntese. A influência dessa cultura sobressaiu principalmente na língua falada pela população regional na época medieval denominadas 13 comunas de Verona e outras 7 vicentinas.

Lombardia

Na região mais populosa os sobrenomes mais frequentes são aqueles derivantes das cidades e municípios bem definidos, os chamados toponímicos como Locatelli, Rota, Milani, Cazzaniga, Mandelli e de adjetivos étnicos como Mantovani, Bresciani, Cremonesi, Bergamaschi, além do mais genérico Lombardi e que evidenciam mais que em outra região da Itália, nomes de família pelas residências, como Sala, Villa, Pozzi, Fontana, Porta, Chiesa, Strada, Torri, Castelli, Corti, etc. Eles continuamente referenciam lexicalmente indicando pontos específicos relacionados aos centros habitados.

Vários também, os sobrenomes envolvendo a profissão que exercia, algumas carregadas de títulos honoríficos: os mais difundidos Ferrari e Ferrario, com derivados do ferro, Cattaneo (capitão), Barbieri (cabeleireiro, barbeiro, mas que também se ocupavam de pequenas cirurgias, incisões e sangrias), Tagliabue (ou talha boi, açougueiro), Giudici, Molinari, Clerici, Conti, Marchesi, Baroni, Re (que pode derivar do latim “rivus” de pequeno curso de água).

Depois alguns relacionados com animais, seja na comercialização ou cultivo dos mesmos, como características físicas semelhantes tais como Colombo (pombo), Galli, Gatti, Beretta, Negri, Moretti, Grassi, Rizzi, Magni, Rossetti, Ghezzi (por causa da cor cinza escura) e finalmente aqueles de composição, como Fumagalli, ou simplesmente ladrão de galinhas, que na gíria popular equivaleria a alguém desonesto.

Trentino Alto Adige

Se caracteriza massivamente pela presença de sobrenomes germânicos, principalmente na Província de Trento e aquela de Bolzano. A grande parte apresenta a terminação “er”, marca antroponímico seja por uma derivação toponímica seja por aquelas que dão continuidade a nomes e profissões; tais como nomes de família que se desenvolvem exclusivamente na região, como também alguns não saxões como Chistè, Dalpiaz, Degasperi, entre outros.

A região contribui na difusão de sobrenomes pan-italianos, amplamente setentrionais ou centro setentrionais (Ferrari, Rossi, Costa, Giovannini, Martinelli, Martini, Rizzi, Giuliani, Pellegrini, Benedetti, Bernardi, Leonardi, Valentini, etc) ou também lombardos (Fontana), ou ainda venetos (Zanon, Sartori). Tomasi é o primeiro entre os nomes de família derivados de um nome de batismo, seguido por Pedrotti, Zeni, Bortolotti e Girardi. O repertório trentino também apresenta formas genuínas da origem germânica como Moser, as vezes pronunciado com a primeira sílaba e outras com a segunda, Coser, Piffer, Merler e Merzi.

Tedesco é o mais difundido em Mair (variante de Mayer/Meyer “fator”, mas também “síndico”, representante do vilarejo, confundido então com o hebraico Meir “iluminado”). Exclusivamente encontramos na região (ou quase) como destacados Mayr, Pichler (1º em Bolzano), Abre, Brunner, Eccher, Egger, Gamper, Gasser, Gruber, Haller, Hofer, Kofler, Messner, Niederkofler, Oberhofer, Pircher, Ploner, Rainer, Thaler, Wieser, Winkler, etc.

Particulares à nossa conexão

Até o presente momento o portal conta com 280 conexões. Cecutti foi a primeira conexão encontrada por volta do ano de 1720, através da união de Giovanni Maria Zamarian e Giulia Sicuto. Na mesma época temos também o relacionamento de Orsola e Osvaldo Macor. Estas relações entre os dois sobrenomes se verificou outras sete vezes ao longo de todo estudo. As que mais se destacam com pelo menos uma dezena ou mais de repetições distribuídas por basicamente quase todas as ramificações foram:

  • Biasin: 12 conexões, presentes desde 1749;
  • Blaseotto: 10 conexões, com a primeira denotada no ano de 1762
  • Biason: 10 conexões, desde 1768 em nossa genealogia;
  • Pizzolitto: 10 conexões, também em alguns casos denotado como Neri, presentes na genealogia desde o ano de 1809.

Na lupa acima, é possível acessar a página de cada um deles. Basta colocar as iniciais que o buscador sugerirá um índice.