Nosso leão foi agraciado com uma prova documental de muito valor nas últimas horas. Agora, definitivamente, ponto de partida e também, conforme veremos adiante, um elo que pode nos levar a desvendar mais um século de nossa própria origem.

Meses atrás, depois de contato via rede social com o Comune de Precenicco, na expectativa de me aprofundar um pouco mais na nossa história, fiz contato e prontamente muito bem atendido pela comunicação social do município. Em seguida explicaram que em breve alguém do setor de genealogia e assuntos históricos da cidade, iria retornar.

O diagrama, entre outros, ajudou a definir muitos casos que ainda eram dúvidas em nosso prospecto e quando surgiu o primeiro registro civil documentado da família no Comune de Precenicco por volta de 1740. A região, conforme vimos nessa matéria publicada aqui, tem uma série de conexões também, em seu passado muito particular com as várias ordens de cavaleiros no contexto das rotas de peregrinações a terra Santa e entre essas indícios que nos levam a Armênia, a outra tese de origem que sustentamos.

Definida a base, era importante para o cunho científico de nosso trabalho ter também os documentos que certificavam a existência do casal e deste modo pedi a Edi se era possível me ajudar fornecendo também os documentos dos quais ele baseou seu trabalho. Se prontificou então a ajudar nesse sentido, entrando ele mesmo em contato com a Diocese de Pordenone e solicitando os documentos que trazemos aqui em primeira mão para apreciação de todos.

Trata-se dos óbitos de Giovanni Maria Zamarian e Giulia, então patriarca e matriarca (até o momento) de toda nossa origem, conforme o diagrama acima apresentado. Apesar de ter pouca informação que ajude a ir mais além na pesquisa genealógica, contém dados importantes que nos dão uma ideia de onde podem se encaixar cronologicamente, além de afirmar os indícios de que a origem do sobrenome na Itália seja efetivamente no pequeno distrito de Malatesta, San Michele al Tagliamento, Província de Venezia, nordeste da Itália.

Por ordem de datas apresentamos primeiramente o registo de óbito de Giovanni Maria Zamarian de autoria da paróquia San Martino Vescovo, Comune de Precenicco, Província de Udine, na época Arquidiocese de Gorizia.

Mesmo dia, dá início a notificação do registro que foi extraído da sequência que se iniciou sobre o ano de 1763, mês de outubro, dia 10. Depois continua:

Joanne Maria Zamarian (oriundo) de Malafesta por muitos anos morador de Precenicco (cerca de 15 quilômetros do primeiro local natal citado), de 58 anos (aproximadamente), que recebeu os sacramentos da igreja, se adormentou no Senhor e foi sepultado no cemitério de costume.

Com os dados é possível se chegar (além da cidade natal citada, Malafesta) ao provável ano de nascimento: 1705, como já havíamos registrado em nossa base genealógica, porém sem um documento que atestasse cronologicamente isso.

Para o nosso trabalho uma conquista muito importante e também um novo marco em nossos acervos: um documento de duzentos e cinquenta e oito anos. O mais antigo que então tínhamos era de um matrimonio de 1806.

Três anos depois temos o registro do óbito de Giulia, que da mesma forma e em latim, bem provavelmente tenha sido registrado na mesma paróquia do falecido marido, San Martin Vescovo, de Precenicco:

Dia 12 de dezembro (de 1766, já que faz parte da relação de óbitos daquele ano).

Em seguida; Julia (nome em latim para Giulia), viúva de Jean Marie Zamariano de 65 anos aproximadamente, que recebeu os Sacramentos de Penitência, da Eucaristia e da Extrema Unção, morre no Senhor e foi sepultada no cemitério de costume.

Nesse registro verificamos que Giulia, além de ter vivido mais em relação a Giovanni, também era mais velha, que pelos cálculos teria nascida em 1701, porém infelizmente não nos fornece seu sobrenome, nem muito menos o local de nascimento.

Mesmo assim é fantástico termos a nossa disposição um registro de mais de 2 séculos e meio que coroa todo nosso trabalho e nos estimula continuar explorando.

No e-mail, o historiador Pozzetto afirma que a Diocese de Concordia Pordenone possui registros da família que nos levaria até 1600.

Uma notícia bastante motivadora que já me moveu hoje mesmo a entrar em contato com a administração eclesiástica para assuntos históricos para poder avançar o máximo possível nessa direção.

Mesmo porque a grande expectativa agora está em unir os elos entre as gerações de 1720-1740 a geração de Giovanni Maria ou até mesmo aos demais componentes da família que fazem parte do período que compreende 1600 até 1700.