O moderno e poderoso Paraguay

Casco em aço, dois mastros e uma chaminé, com 113 metros por 12,8 de largura, pesando 3 mil e oitocentas toneladas foi construído pela estrelada sociedade anônima “Compagnie de Navigation des Chargeurs Réunis”, fundada em 1872 na cidade de Havre, norte francês, empresa esta que teve como proprietários o ex-Primeiro Ministro italiano Silvio Berlusconi e que existe até os dias de hoje.

O Paraguay possuía máquina de expansão tripla com quatro caldeiras cilíndricas e uma hélice, produzindo uma potência de dois mil cavalos força gerando a velocidade de 12 nós. A primeira classe do navio tinha capacidade para 60 lugares. Sua função era mista abrangendo transporte de cargas também, e na época que foi construído, em 1887, era o maior do estaleiro Chargeurs.

Seu primeiro contato com o mar foi no dia 19 de junho de 1888. Já a primeira visita a América do Sul foi no início de outubro do mesmo ano. A versão inicial possuía a sua frente um caixa de madeira principal que oscilava a dois metros do piso do convés me posição de cima pra baixo. Essa situação provocava influência magnética no instrumento o que permitia o condutor corrigir a rota economizando tempo considerável da rota.


Paraguay em Havre
Paraguay em Havre

Sofre seu primeiro acidente mais sério no dia 6 de dezembro de 1890, em Buenos Aires, próximo a doca La Boca, onde colidi com o rebocador Cardiff I, submergindo com a baixa de um homem de toda a sua tripulação. No dia 19 de agosto de 1894 é rebocado pelo Pampa até Havre para os reparos.

Cinco anos mais tarde as forças armadas francesas selam um acordo com a Chargeurs para utilizar o Paraguay no transporte de tropas na Expedição Madagascar. Em 1998 transportou uma grande quantidade de ouro para o banco da França provenientes de Lourenço Marques, Moçambique e na manobra próximo a cidade de Cabo, na África do Sul acaba sofrendo colisão em pequena proporção com o vapor inglês Raglan Castle. Deste modo no ano seguinte é recolhido em Marselha passando por uma grande reforma com troca das caldeiras para então operar em áreas africanas como Zaire, Gabão, Benin, Guiné, entre outras no início de 1901.


Paraguay

Em 1909 chega ao fim sua aventura. Com a chegada dos três idênticos navios Amiral; Aube, Coubert e Baudin acabou sendo retirado da rota e posteriormente vendido para a definitiva demolição em Cardiff.


Maquete do Paraguay
Maquete do Paraguay

O único vestígio memorial do imponente transatlântico que sobrou, além de imagens publicitárias e cartões postais foi a magnífica maquete que pode ser apreciada no Museu da Marinha Francesa, no Palais de Chaillot na belíssima praça do Trocadèro em Paris junto a torre Eiffel.

A reprodução de dois metros do Paraguay traz detalhes minuciosos principalmente da sua área interna, tais como; salões, casa de máquinas, porões de carga e até mesmo os porões de carga todos miniaturizados com um visual impressionante que vale a pena conferir.

Utilizou este Navio